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Extra! Extra! Tentaram matar o Lacerda!

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Por Lucas Mendes Não é de hoje que atentados mudam os rumos políticos da República. Seja um atentado à faca ou por tiros, fato é que seus alvos sempre ganham destaque e poder de causar uma reviravolta de grandes proporções.   Rua Tonelero, dias atuais Neste dia 5 de agosto completa-se 65 anos do chamado "atentado da rua Tonelero", um episódio cheio de dúvidas e controvérsias que culminou com o suicídio do então presidente Getúlio Vargas 19 dias depois. Carlos Lacerda, deputado federal e ferrenho opositor de Getúlio voltava de um comício na madrugada do dia 5 de agosto de 1954 acompanhado de seu filho de 15 anos e do Major da Aeronáutica Rubens Vaz no n° 180 da rua Tonelero em Copacabana quando vários tiros são disparados em sua direção. O major é atingido no peito fatalmente e Lacerda supostamente no pé. Lacerda carregado por oficiais  militares, 5 de agosto de 1954 Carlos Lacerda era filiado a UDN, partido de ferrenha oposição à Getúlio e com uma

Diplomacia em Vertigem

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Por Lucas Mendes Segundo o site Wikipédia a diplomacia "Geralmente é empreendida por intermédio de diplomatas de carreira e envolve assuntos de guerra e paz, comércio exterior, promoção cultural, coordenação em organizações internacionais e outras organizações." Por esta pequena definição podemos concluir que a diplomacia é mais que uma questão de governo e sim de Estado. Podemos concluir também que exige se de um diplomata muito mais do uma simples relação estreita com governos estrangeiros, mas também inúmeros conhecimentos em áreas específicas, grande poder de articulação política e obviamente uma formação na área. José Maria da Silva  Paranhos Júnior,  o Barão do Rio Branco O Brasil tem uma longa e respeitada tradição diplomática, que vem desde o século XIX, mas que se acentuou no início do século XX quando José Maria da Silva Paranhos Júnior o Barão do Rio Branco esteve à frente do Ministério das Relações exteriores (1902-1912). Sua gestão foi marc

A verdade sobre o INPE

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Por Natanael Ricardo Criado em 1961, no cenário da corrida espacial perpetrada pela União Soviética e Estados Unidos, e criticado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro por ter divulgados dados sobre desmatamento da Amazônia, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) trabalha em engenharia espacial, com satélites lançados, o que o torna referência em monitorar desmatamentos, que hoje conta com 798 funcionários. Em média o instituto publica um resultado científico por dia nas áreas de Ciência Espacial e da Atmosfera, das Aplicações Espaciais, da Meteorologia e da Engenharia e Tecnologia Espacial, e grande parte das pesquisas são feitas com grandes institutos internacionais. Algumas áreas de trabalho do INPE: Ciências Espaciais e Atmosféricas Nova no INPE, esta área engloba investigação física e química de fenômenos que ocorrem na atmosfera e no espaço exterior de suma importância para o País. Realiza pesquisas e experimentos nos campos da Aeronomia, Astr

O museu de novidades

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Por Lucas Mendes Como o ex-prefeito de uma cidade como Maceió se apresentou candidato à presidência da república como sendo outsider ?   Talvez a mesma histeria coletiva que levou um deputado federal com 28 anos de mandato a se apresentar como representante da nova política, ainda que este fosse a mais antigas das novidades. Com todas as contradições, ambos foram surpreendentemente eleitos. E pudera estas duas figuras fossem as exceções bizarras da história da República, já que ao retroceder algumas décadas nos deparamos com a triste e ao mesmo tempo trágica figura de Jânio Quadros. O advogado, professor e representante maior da moral e dos bons costumes de uma classe média conservadora que em 19 de agosto de 1961 condecorou o guerrilheiro comunista Ernesto Che Guevara deixando os militares e a UDN estupefatos. Jânio Quadros  condecorando  Che Guevara O que os três têm em comum? Com toda a certeza as dificuldades em lidar com as atribuições do cargo e a falta de timing

A minha é maior que a sua

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Por Lucas Mendes Desde os romanos que grandes construções, estradas e monumentos são usados como símbolos de vaidade e poder. Na história do Brasil não faltaram governantes dispostos a superar seus antecessores mesmo que para isso fosse preciso desalojar pessoas e destruir o patrimônio histórico. Em 1904, inspirado pelo movimento higienista e de restruturação urbana que acontecia em Paris o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, deu início a maior reforma urbana da cidade até então. E a mais ousada obra dessa empreitada era sem dúvidas a construção da Avenida Central que ligaria o novo porto da cidade (atual Praça Mauá) com o Bairro da Glória. A nova avenida demorou seis meses para ser aberta de ponta a ponta passando por cima de 300 casarões históricos em estilo colonial. A maioria ocupados por trabalhadores e imigrantes que chegavam aos montes no começo do século XX no Rio de Janeiro. Avenida Central (antes e depois) A avenida foi inaugurada

Abaixo o Cubismo

Por Lucas Mendes A frase acima poderia ser uma crítica ao estilo criado por Pablo Picasso no início do século XX, no entanto ela possivelmente foi proferida por algum militar brasileiro durante a apreensão de livros sobre cubismo por fazer hipotética propaganda à Cuba comunista durante os anos de chumbo (1964-1985). Seria cômico não fosse tragicômico e posso apostar minha caneta que nenhum destes indivíduos padronizados em verde oliva sequer leu algum desses livros para saber do que se tratava. Não é de se espantar que governos autoritários protagonizem esse tipo de pataquada visto que tradicionalmente costumam queimar livros e perseguir tudo aquilo que está além de sua compreensão. Foi assim com Hitler em 1933, com a ditadura militar brasileira a partir de 1964 e Pinochet em 1973 tendo este último promovido um verdadeiro genocídio cultural admitindo em 1985 a queima de mais de 15 mil livros. O autoritarismo ataca aquilo que não se enquadra dentro da sua concepção limitada do